Você já ouviu falar em autossabotagem? Sabe seu significado? Pode ser até que você não saiba definir, mas com certeza já passou por momentos em que decidiu fazer algo e na hora H agiu de outro modo. Isso é autossabotagem!
Dentro os vários motivos que levam as pessoas em geral, e muitos concurseiros, a buscarem o treinamento para melhorarem suas performances, o campeão é a autossabotagem, que atua:
- intensificando o medo;
-potencializando a ansiedade;
-criando armadilhas, empecilhos e obstáculos imaginários;
-bloqueando setores da vida (como o afetivo, o profissional, o acadêmico e o intelectual);
-impedindo a disciplina e a organização;
-alimentando a desordem mental e a tendência à procastinação.
O que se vê é que, muitas vezes, quando nossos planos não dão certo, não é a Lei de Murphy a culpada, mas sim o inimigo que existe em nós mesmos.
O que se ouve no segmento de concursos públicos é: “para passar é preciso sacrifício” . A cultura disseminada é a de que a conquista da aprovação só ocorre perante renúncias, privações de lazer e de tempo com a família e amigos. Conseqüência: como a principal finalidade do nosso cérebro é atuar na preservação da espécie, ele identifica “sacrifício” como uma ameaça, e, por isso, bloqueia nossas capacidades para “passar em concurso” (fato identificado por ele como gerador do mal-estar). Daí vivenciarmos um estado de confusão, o baixo desempenho, o branco na hora da prova.
Paralelamente, se a idéia é de que somente com sacrifício consegue-se o resultado esperado, inconscientemente você buscará todas as dificuldades e obstáculos para se sacrificar, tornando sua trajetória de concurseiro a mais penosa possível. Daí vem o risco: o simples pensamento de executar algo penoso diminui drasticamente nosso desempenho. Isso é responsável pela dificuldade em aprender.
Na prática, tudo o que repetimos e vivenciamos com frequência tende a se transformar num paradigma. Por isso o ideal é avaliar constantemente nossas referências, mudá-las e programá-las de modo que se tornem eficientes. Aí vão algumas dicas:
1º) Não diga “É PRECISO muito SACRIFÍCIO para passar em concursos”. Repita: “eu DECIDI me DEDICAR aos estudos para concursos”. Assim você assume o controle da situação, porque passa a ser uma decisão sua, e não uma necessidade ou obrigação. Além disso o termo “dedicar” (oferecer-se com afeto) dá ao cérebro um estímulo de prazer. Resumindo: Quando vier à sua mente a idéia de “sacrifício”, inverta-a para a de “dedicação”.
2º) Não utilize palavras opostas ao que se deseja. Evite falar “é difícil”, “não consigo”, “não é para mim”, pois o cérebro age como se fosse esse o caminho a seguir. Então, abandone as idéias irracionais, que vão em direção contrária à de seus objetivos.
3º) Policie seus pensamentos de derrota, porque eles reduzem sua autoestima e comprometem seu desempenho.
4º) Disciplina não é um ato, e sim um hábito – o que você habitualmente faz e o que habitualmente pensa.
Dedique-se aos seus planos. A dedicação ativa uma região do cérebro responsável pela sensação de recompensa, contribuindo para a produção de substâncias que geram os sentimentos de motivação e prazer. Fique atento aos paradigmas limitantes, alinhe seus desejos e suas idéias. Com pensamentos e comportamentos em sintonia, você terá todas as chances de concretizar seus sonhos.
"Boas práticas”
(texto por Nanci Azevedo Cavaco – Psicopedagoga, neurocientista pós-graduada em máster practitioner em Programação Neurolinguística –NPA)